Será que em algum momento a gente deixa de ser estudante?
Concluir a escola, a graduação, o mestrado, um curso livre, descobrir uma nova habilidade sem
nem sair de casa durante a pandemia, mudar de carreira. São tantos caminhos que nos levam
a pensar se em algum momento saberemos o suficiente ou estaremos preparados para
encarar os desafios acadêmicos, profissionais e pessoais da vida. Um dos principais
questionamentos levantados por pessoas que começam a aprender algo novo na vida adulta é
“será que não tô velho demais para aprender ou tentar fazer isso?’’ .
A pergunta não é, muitas vezes, um simples medo de não conseguir aprender aquilo que está
diante de nós. Claro, o medo do novo é super comum e deve ser visto como algo normal, que
até as pessoas mais seguras do mundo podem ter; mas muitas vezes essa preocupação está
associada diretamente aos nossos medos de rejeição, de sermos ridicularizados, de não dar
certo e precisarmos explicar para as pessoas.
Uma coisa é certa: todos nós, temos sim, a capacidade plena de aprender coisas novas, no
tempo de cada um. Alguns pontos que nos deixam muitas vezes mais longe de alcançarmos
determinados desejos são: nossa própria incapacidade de acreditarmos em nós mesmos sem
depender de julgamentos e aprovações externos, as oportunidades sociais desiguais e o
ambiente no qual estamos inseridos. Acredito que esses três são essenciais no caminho
percorrido, não dá para ignorá-los. Mas um deles depende imediato e completamente de
você, que traçou o objetivo. Se você acreditar que pode e que tem a possibilidade de
aprender, independente de em que momento da vida você está ou da sua idade, você já está
movendo-se para o caminho que tanto busca.
Tem 45 anos e quer encarar uma nova graduação? Faça. Sempre cozinhou apenas para a
família e agora deseja testar umas entregas de marmitas? Se puder, arrisque. Deseja cursar um
novo idioma, mas tem medo de não conseguir evoluir ou ter tempo para estudar? Tente, se
planeje. A gente nunca deixa de ser estudante, a gente aprende todos os dias a perdoar, a
como sair de uma situação ruim e respirar, a amar de novo, a trocar uma lâmpada – que antes
não fazíamos pelo medo do choque; a resolver aquele problema burocrático do banco, a usar
aplicativos, a dar valor à nossa saúde mental. Se você faz tantas dessas coisinhas no dia a dia, é
sim, extremamente possível, fazer coisas gigantes com estudo, pesquisa e experimentação. Ser
estudante é ser curioso sempre, ter medo durante determinados momentos; mas não desistir
de ousar, e de enxergar novos caminhos em tudo que faz a nossa vida tão a cara da gente.