Eu ressignifico, todos ressignificam.
“Ressignificar” é um verbo transitivo que caracteriza a ação de atribuir um novo significado a algo ou
alguém, de acordo com o website www.significados.com.br. Porém, esse verbete ainda não é encontrado
pelo dicionário do meu formatador de textos, e muito menos pelas matrizes vocabulares do português
como o Michaelis ou o Aurélio. Assim, fica claro que estamos em uma era em que ressignificar coisas,
pessoas, histórias e contos tornou-se imperativo.
Por que falar sobre dar novos significados às coisas? Por razão de que, recentemente, tive a oportunidade
de assistir o novo filme da Disney: ‘Cruella’. Craig Gillespie e sua equipe constroem com primazia a história
de uma das vilãs mais famosas dos contos da Disney. Contudo, esse novo ângulo provê à personagem um
lugar de fala, pois expõe como códigos genéticos e traumas podem ditar os caminhos do ser humano;
assim, ressignificando a existência de antagonistas célebres.
Outra impugnante que já foi repaginada foi ‘Malévola’, que passou a ser a personagem principal em seus
dois últimos filmes, vivida pela atriz Angelina Jolie. Em Malévola, passamos a entender como um único
ponto de vista pode ser danoso para nossa posição no que tange à inúmeros assuntos sociais, e
entendemos que informação e conhecimento são sim a solução para uma realidade mais plural e inclusiva.
Veja bem, não é que por isso, os atos de cruelidade e malevolia devam ser aceitos sem questionamentos;
longe disso – e levo, obviamente, o contexto para o campo do real por meio de metonímia invisível.
Por fim, o grande aprendizado que precisamos receber e avaliar com essa nova era de ressignificação é de
que, para nos tornarmos pessoas mais presentes, participativas, conscientes e relevantes para o contexto
social em que nos encontramos, precisamos estar abertos a novas interpretações do imagético, e até da
realidade, a fim de que sejamos mais compreensíveis e empáticos nas nossas jornadas de construção do
nosso ser social. O que você acha?