Helen Keller: uma mulher que fez da sua trajetória um caminho de oportunidades e igualdade para muitos
Para abrir nosso segmento de personalidades, decidimos iniciar com Helen Keller. Por que Helen Keller? Ela não foi apenas uma educadora, escritora e ativista, mas lutou pelos direitos das mulheres em uma época em que mulheres não tinham voz. Ela lutou pela defesa dos direitos sociais e os direitos de pessoas com deficiência quando ser deficiente era quase uma condenação. Mesmo com todo o estigma que ela carregava por ser cega e surda, Helen conseguiu superar todos os obstáculos e se tornou a primeira pessoa cega e surda a entrar para uma instituição de ensino superior, formando-se em filosofia e dominando cinco línguas.
A vida extraordinária de Helen Keller nos deixou ensinamentos de perseverança, dedicação, determinação, compaixão e mais do que tudo, nos mostrou que temos a capacidade de superação e a habilidade de mudar o mundo. A vida de Helen Keller e seus ensinamentos englobam os valores da Talent, e, por isso, ela é a nossa primeira homenageada.
Mas quando tudo começou?
Helen Keller nasceu em Tuscumbia, Alabama, em 27 de junho de 1880. Diferente do que se acredita, ela não nasceu cega e surda, mas aos 19 meses de idade, contraiu uma doença chamada febre cerebral, a qual a deixou nessa condição. Ela foi considerada uma criança muito difícil, constantemente gritando e tendo temper tantrums. Mas na verdade seu comportamento refletia sua frustração em não conseguir se comunicar.
Um mundo de descobertas e possibilidades
Como a própria Helen Keller expressou, a vida dela começou aos 7 anos de idade, quando conheceu Anne Sullivan, professora a quem foi incumbido o papel de fazer Helen Keller aprender. Também sendo deficiente visual, ela conseguiu ter a paciência e empatia necessárias para Helen. A primeira palavra que ela aprendeu foi água, a qual foi soletrada com a mão, e depois disso o mundo se abriu para ela. As conquistas de Helen foram inúmeras e seu impacto no mundo é imensurável.
Um símbolo de luta para as pessoas com deficiência
Antes dela, pessoas com deficiência eram tratadas de maneira brutal. Helen chegou para mostrar que as prováveis barreiras da deficiência poderiam ser superadas e que pessoas com deficiência também tinham muito para ensinar e contribuir ao mundo. Além disso, Helen lutou arduamente por um sistema de comunicação para os cegos. Em 1932, o Braille foi instituído como sistema de leitura e escrita universal para cegos. Antes disso, 4 outros sistemas eram utilizados (já dá para imaginar a confusão e a dificuldade).
Paralelamente, ela foi uma sufragista fervorosa e lutou também pelo direito da mulher a usar métodos de controle de natalidade. Suas ideias foram consideradas muito para frente à sua época, especialmente para uma mulher que chegou a ficar na mira do FBI em algumas ocasiões.
Do Alabama para o mundo
Em 1946, Helen Keller iniciou sua carreira internacional, tornando-se membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas de cinco continentes e visitando 35 países. As suas viagens mudaram as vidas de milhares de pessoas com deficiência visual, com uma proposta de coragem e esperança. Graças às visitas dela, muitas melhorias reais se tornaram disponíveis, como um melhor treinamento profissional, mais livros em braille, livros em fita e melhores oportunidades educacionais. Hoje, muitas pessoas cegas ou deficientes visuais consideram Helen Keller como seu modelo.
Um legado disponível a todos
Helen Keller nos deixou em 1º de junho de 1969. Além das suas obras, ela nos presenteou com um legado de coragem, inteligência, dedicação e triunfo do espírito humano sobre as adversidades da vida.
Se você tem curiosidade de saber um pouco mais sobre Helen Keller, aconselho ler sua autobiografia entitulada “A história da minha vida”, que foca na sua vida com Anne Sullivan. Helen dedicou o livro a Alexander Graham Bell, que foi diretamente responsável por ter colocado Anne Sullivan na vida dela.
A dedicatória diz o seguinte: “A ALEXANDER GRAHAM BELL, que ensinou surdos a falarem e permitiu ao ouvido atento ouvir a fala do Atlântico às Montanhas Rochosas, dedico esta história da minha vida.” Para quem prefere filmes, também dá para conferir “O Milagre de Anne Sullivan” (1962), que é baseado na sua autobiografia. Além da temática, o filme vale muito a pena pela qualidade da atuação, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Anne Bancroft, como Anne Sullivan; e Oscar de melhor atriz coadjuvante para Patty Duke, como Helen Keller.