O latim está morto. Deus salve o latim. Será?
Nos últimos anos eu venho sendo cada vez mais surpreendido por jovens que nunca leram ou viram Harry Potter, e, numa fuga rápida de lucidez, me pergunto o motivo disso. Contudo, logo após minha mente aterrissar de volta, eu me dou conta que, em 2022, os livros de J.K. Rowling completam 20 anos. Sim! 20 anos. É isso mesmo Millenial, você está ficando velho, mas não vim aqui para chorarmos as pitangas da nossa idade; porém, para
falar do latim.
Tenho certeza de que todo Potterhead usa as terminologias da saga no seu dia a dia. Quem nunca chegou e soltou: “Eu não esperava por aquela visita. Ela aparatou aqui em casa do nada”? Contudo, J.K. não inventou os nomes dos personagens, os termos de Quidditch e os encantos do nada. Ela foi capaz de costurar o mundo da magia com o latim de forma impecável.
O latim é considerado uma língua morta – que não está em uso hoje em dia por falantes nativos. Todavia, a língua clássica da Roma antiga é a base para muitas das orações e palavras que usamos na nossa comunicação moderna e continua a influenciar a literatura de forma substancial, assim como o trabalho de Rowling.
Alguns dos moradores de Hogwarts possuem nomes baseados no latim, como Severus Snape, conhecido por ser extremamente severo. Qualquer pessoa que soubesse que Lupin significa lobo antes de ler ou ver “O Prisioneiro de Askaban” poderia antecipar o plot twist que essa história trazia. Porém, nenhuma outra área foi tão bem construída na base do latim como os encantos proferidos pelos bruxos e bruxas, o que evidencia o grande interesse etimológico de J.K. Rowling.
“Accio” literalmente quer dizer “Eu convoco”. “Lumos” é derivado de “lumen”, que ainda é usado para quantificar luz. “Nox” é “noite” e “Crucio” é “tortura”. Até os encantos mais longos traduzem literalmente a narrativa, como “Expelliarmus”, que expressa “Eu bano suas armas”.
Essa decisão da escritora tem um efeito forte ao transparecer que o mundo mágico realmente faz parte de uma cultura, pela qual os sons arcanos das palavras remontam a um passado milenar. Rowling mistura mitologia, tradição – nem um pouco longe da cultura inglesa – e uma língua compartilhada que evoluiu ao longo dos séculos.
Embora não tenha tido aulas de latim na escola, que foi ensinado até os anos 80 no Reino Unido, J.K. usa a língua com maestria acadêmica e criativa. Mas ela não foi a primeira. O latim tem sido a língua favorita da mágica desde a idade média, pois foi instrumento comunicativo da alquimia e da necromancia, ambas como tipos de mágica bem exploradas
na franquia do bruxo que sobreviveu.
Ou seja, o latim pode estar morto, mas frases como “Wingardium Leviosa” e “Expecto Patronum” podem muito bem estar presentes em uma roda de conversa.
Assim, podemos afirmar que, uma língua nunca realmente morre, mas como afirmou o químico Antoine Lavoisier, “Nada se perde, tudo se transforma”? Como de hábito, deixo essa semente de pensamento para vocês brincarem com os frutos dessa árvore.
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